sábado, 14 de novembro de 2009

Quem é quem?




Era um jogo muito anunciado quando eu era miúdo.
O conceito era simples um tabuleiro com imagens de pessoas, uma pessoa escolhida ao acaso, e dois jogadores que faziam perguntas um ao outro sobre características físicas da personagem que tinham que identificar, até chegar à pessoa escolhida.

Claro que nessa altura eu estava longe de pensar em temas como a diversidade humana e no que isso significa.

Uma das questões impostas por um curso de arquitectura é como responder de uma maneira simples e eficaz numa situação em que não há um cliente identificado, e esta vai-se arrastando até durante a vida profissional. A resposta normal é que há uma serie de medidas mínimas e máximas relativas ao corpo humano e que o que concebemos tem de responder a isso e desta forma criou-se uma espécie de molde que ocupa o lugar do cliente. E no fundo todos nos convencemos que encaixamos nesse molde.
O problema grave é quando chega o dia em que somos confrontados com uma situação em que quebra o molde.
Foi o que me aconteceu quando tive a oportunidade de entrar no mestrado de gestão arquitectónica e do ambiente urbano na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.

Nessa altura namorei com uma pessoa que não se encaixava no molde pré-estabelecido e comecei a confrontar e a por em causa toda esta forma de pensar. Comecei a olhar para o molde, a olhar para as pessoas e a reparar que raros são aqueles que encaixam nele.
E assim comecei a estudar como a cidade estava ou não preparada para as pessoas que não encaixam no molde, que no fundo acabamos por ser todos, e os conceitos existentes nesta área como o Design Universal, Design Inclusivo e Design for All.

Com a finalização do mestrado surge a oportunidade de prosseguir os estudos no Doutoramento em Design na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, processo no qual me encontro e pelo qual faz sentido a criação deste blog.
Um espaço aberto à discussão, mas que tem o maior intuito ser um repositório de ideias, opiniões, artigos interessantes e porque não até a partilha de pequenas coisas mais simples que também são necessárias.

Marca-se assim o inicio!

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